25
Nov21
....Ano de 1967. Novembro, 25
....Ano de 1967. Novembro, 25
O Natal estava prestes a chegar.
Nas escolas, paróquias e associações, preparavam-se os festejos desta quadra tão animada....
...A chuva que caía de forma intensa e persistente teimava em não deixar ouvir com clareza as teclas do órgão e as vozes que se afinavam....
...Nos lares que ficavam nas zonas mais vulneráveis a cheias, a azáfama era grande
...O dia “acordou” muito cedo...
Aqui e ali viam-se a boiar livros, roupas, pratos, sapatos, moveis, candeeiros, fogões, animais e pessoas. Tudo e todos os que não conseguiram vencer a fúria da água e da lama estavam ali, à vista de todos......
Faltava agora um telhado, bens de primeira necessidade, os livros da escola e ânimo para agarrar de novo a vida e as rotinas.....
... Está a chegar o dia da festa de Natal. O palco continua vazio. Não houve teatro, nem canções, nem compareceu a criançada que andava em euforia a preparar a festa. Não houve tempo para os ensaios e alguns que não resistiram à fúria das águas, já não moravam ali....
Fatima Camilo
Excerto de conto "Contratempos"