Tentei pintar um postal

Que nos lembrasse o Natal

Usei pincéis e muitas tintas

Mas saiu-me tudo mal…

Todas as cores que usei

Não ficavam nunca a brilhar

Eu olhava e via apenas

Umas manchas a debotar

 

O verde que era esperança,

Desvaneceu-se na tela.

O vermelho da liberdade,

Perguntou-me se eu sabia dela.

O violeta cheio de dor,

E o Laranja feiticeiro,

Mentiroso e traiçoeiro,

Dizia que o cinza, venenoso

Nos ia tirar mais dinheiro…

E a cor do céu, que é o azul

Escuro, claro, tanto faz

Gritou alto bem lá do fundo:

O branco, é cor da paz!

 

E perante a discussão,

Entre cores tão diferentes,

Restou-me deixar a tela,

Já nem olhei mais para ela

Foi então que a imaginação,

Na procura de alternativa

Me sugeriu as palavras

Para fazer o cartão.

E porque um postal de Natal

Tem muita maneira de ser feito

 fi-lo então com estas rimas

Que saíram bem ao meu jeito.

E lanço-vos um desafio;

A quem queira participar

Peguem então nestas deixas

Que aqui escrevinhei

E com as tintas que eu usei

Com risos, lamurias ou queixas,

Pedras, tintas ou fotografias,

Areia, carvão, aguarela

Palavras, rendas, cantigas

Venham daí participar

Ponham estas cores a brilhar!

Enquanto a tarefa se cumpre

Deixo votos de Feliz Natal

Haja saúde e sorrisos

E já não é nada mal!