O castelo Risonho
O castelo risonho
Sempre que a porta do castelo era aberta com aquela enorme e mítica chave, a princesa corria para a janela.
Ficava encantada a observar as cores maravilhosas dos mantos, que todos usavam naqueles amplos jardins e recintos de calçada.
Desde a infância, que tinha um fascínio enorme por cores vivas e bonitas e sentia até alguma vaidade, quando se apercebia que a vizinhança, convidados e visitantes, partilhavam e comentavam igualmente esse gosto. Sentiam que aquele castelo era feliz e risonho.
Divertia-se com as crianças do reino, que parecendo anjos, saltitavam em bicos de pés, carregando um par de asas rendadas adornadas com penas de pavão.
Não há dinheiro que pague estes momentos, pensava ela muitas vezes.
As borboletas, gafanhotos e passarinhos, esvoaçavam em círculos loucos, para fugir à correria e à fúria dos petizes, que faziam a vida negra a estes pobres animais, tentando assusta-los e apanhá-los. Na verdade, de anjos, só tinham mesmo as frágeis asas, e por pouco tempo, já que ali ficavam, apenas enquanto se mantinham presas aos mantos acetinados.
Só quando a porta se fechava de novo e chegavam as horas do repouso, o colorido deixava o castelo, a princesa fechava a janela e o silêncio tomava conta dos espaços agora vazios de traquinices e mantos vistosos.
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Fátima Camilo
2022.05.24