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Afectos

Porque a vida é feita de afectos ...

Afectos

24
Abr22

O castelo Risonho

O castelo risonho


Sempre que a porta do castelo era aberta com aquela enorme e mítica chave, a princesa corria para a janela.
Ficava encantada a observar as cores maravilhosas dos mantos, que todos usavam naqueles amplos jardins e recintos de calçada.
Desde a infância, que tinha um fascínio enorme por cores vivas e bonitas e sentia até alguma vaidade, quando se apercebia que a vizinhança, convidados e visitantes, partilhavam  e comentavam igualmente esse gosto. Sentiam que aquele castelo era feliz e risonho.

Divertia-se com as crianças do reino, que parecendo anjos, saltitavam em bicos de pés, carregando um par de asas rendadas adornadas com penas de pavão.

Não há dinheiro que pague estes momentos, pensava ela muitas vezes.
As borboletas, gafanhotos e passarinhos, esvoaçavam em círculos loucos, para fugir à correria e à fúria dos petizes, que faziam a vida negra a estes pobres animais, tentando assusta-los e apanhá-los. Na verdade, de anjos, só tinham mesmo as frágeis asas, e por pouco tempo, já que ali ficavam, apenas enquanto se mantinham presas aos mantos acetinados.
Só quando a porta se fechava de novo e chegavam as horas do repouso, o colorido deixava o castelo, a princesa fechava a janela e o silêncio tomava conta dos espaços agora vazios de traquinices e mantos vistosos.

#ditosdafatima #infantil 

caste.jpg

antil   #pintura #AnaCamiloStudio

Fátima Camilo

2022.05.24

11
Jul18

Recreio

Recreio

A algazarra, risos e brincadeira, arrebatavam o olhar e atenção de quem passava junto à vedação da escola primária.

Num banco, três meninas sentadas, aproveitavam a sombra do álamo. Duas conversavam e riam muito. A terceira, de ar triste, parecia distante de todos os outros colegas, mesmo das que se encontravam ao seu lado.

Aquele olhar distante focado em cada pessoa que passava na rua, não me passou despercebido.

Pensei chama-la e perguntar se estava bem; comprar na charcutaria em frente uma guloseima e oferecer-lhe; bater à porta e alertar um funcionário; abraça-la….

Limitei-me a sorrir para ela

Entrei na loja….. comprei pão e saí.

Voltei pelo mesmo passeio e lá estava a menina, triste, de olhar fixo e distante…. Aproximei-me um pouco mais da vedação, sorri e pisquei-lhe o olho…. Sorriu-me… Sorrimos.

Perguntei-lhe se não brincava…. As meninas que estavam ao seu lado voltaram-se para ela e perguntaram:

- Queres brincar?

A menina do olhar triste sorriu, piscou-me o olho, juntou-se às outras meninas e brincou.

As crianças nunca deviam estar tristes!

Fátima Camilo

11.07.2018

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